Postado
2021/03/08
Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, a Alfa Romeo saúda as pilotos de competição que se destacaram na história da marca.
Mulheres cuja afirmação transcende o mero valor desportivo das suas conquistas, que se tornaram um exemplo de superação de preconceitos e de barreiras. Mulheres de diferentes épocas e de diferentes países que tinham em comum o espírito pioneiro e a paixão pela competição, explorando territórios desconhecidos num desporto extremamente desafiador.
Recuperamos a história do seu contributo para o sucesso da marca Alfa Romeo com uma breve narrativa, no estilo típico das redes sociais, que vai dos dias de hoje ao início do século XX.
Nascida em 1993 em Bogotá, Colômbia, Tatiana Calderón deu os primeiros passos no desporto automóvel em 2005, conquistando um campeonato nacional na categoria Easy Kart Pre-Junior. Apenas três anos depois, tornar-se-ia a primeira mulher a vencer a classe JICA do Stars of Karting Championship East Division, nos Estados Unidos.
Em 2017, Tatiana tornou-se piloto de desenvolvimento da equipa de Fórmula 1 da Sauber. Um ano mais tarde, a Sauber elevou o estatuto de Tatiana de piloto de desenvolvimento de F1 para piloto de testes de F1 da Alfa Romeo Racing.
Em 1992, Vidali conquistou o Campeonato Italiano de Turismo em 1992 (Grupo N) ao volante de um Alfa Romeo 33 1.7 Quadrifoglio Verde concebido pelo recém-criado departamento de Competição. Igualmente inesquecível é a decoração completamente amarela do Alfa Romeo 155 que Vidali pilotou no Campeonato Italiano de Superturismo (CIS) em 1994.
Depois de Maria Teresa de Filippis na década de 1950, a segunda italiana a competir na Fórmula 1 – num total de 13 Grandes Prémios – foi Maria Grazia Lombardi, conhecida como “Lella”. Entre 1982 e 1984, participou no Campeonato Europeu de Turismo com o Alfa Romeo GTV6 2.5 juntamente com Anna Cambiaghi, Giancarlo Naddeo, Giorgio Francia e Rinaldo Drovandi, tendo contribuído para conquistar múltiplos títulos para a marca. Continua a ser a única piloto italiana a conquistar pontos numa corrida de Fórmula1.
Os anos 60 foram os anos do Alfa Romeo Giulia Sprint GTA. Os seus resultados, vitórias e importância na história da Alfa Romeo são bem conhecidos. Menos conhecidos, porém, são os feitos do Alfa Romeo GTA SA (sobrealimentado). Preparado em dez unidades para Grupo 5, era equipado com dois compressores centrífugos de comando hidráulico, debitava 220 cv de potência e atingia 240 km/h de velocidade. Oferecia performances notáveis, mas, como explicou Teodoro Zeccoli, histórico piloto de testes da Autodelta, o GTA SA tinha “uma explosão de potência imprevisível que surgia sem pré-aviso, fazendo do SA um veículo inconstante, difícil de controlar em curva ou em situações de manobra.” Se houve alguém capaz de dominar este temperamental modelo melhor do que qualquer outra pessoa, foi a jovem piloto belga Christine Beckers, que venceu em Houyet em 1968 e alcançou resultados excelentes também nos anos seguintes: em Condroz, no Trois-Ponts, em Herbeumont e em Zandvoort. Beckers, no entanto, não foi a única piloto a distinguir-se com o GTA. Também a rápida piloto holandesa Liane Engeman, posteriormente escolhida pela Alfa Romeo como modelo, se destacou ao volante do Alfa Romeo 1300 Junior da equipa de Toine Hezemans.
A única mulher a ter conquistado um Campeonato Mundial sobre quatro rodas foi, porventura, Susanna “Susy” Raganelli, natural de Roma, que venceu em 1966 o Campeonato Mundial de Kart de 100 cm3, batendo Leif Engstrom e o grande Ronnie Peterson. Susy ligou para sempre o seu nome ao da Alfa Romeo quando terminou a carreira ao volante de um Alfa Romeo GTA, mas foi também a primeira pessoa em Itália a comprar uma das poucas unidades produzidas, num total de 12, do mítico Alfa Romeo 33 Stradale de 1967.
Nos anos 50, mais uma piloto alcançou resultados notáveis ao volante de diversos modelos Alfa Romeo: Ada Pace, natural de Turim. Ao longo dos seus dez anos de carreira, Ada Pace ganhou 11 provas de velocidade nacionais, seis na categoria Turismo e cinco na categoria Sport. Inscrita nas competições quase sempre sob o pseudónimo “Sayonara”, alcançou os principais sucessos ao volante do Alfa Romeo Giulietta Sprint Veloce e do Alfa Romeo Giulietta SZ, com que chegou mesmo a ganhar a prova Trieste-Opicina, em 1958.
Na década de 1930, a Alfa Romeo impôs-se entre os protagonistas do desporto automóvel. O mérito foi de automóveis extraordinários, mas também de pilotos que se tornaram parte da lenda: são os anos de Nuvolari, Varzi, Caracciola e Sommer. Este último conquistou as 24 Horas de Le Mans em 1932 ao volante de um Alfa Romeo 8C 2300, mas o Alfa Romeo 6C 1750 SS da fascinante Odette Siko terminou em quarto lugar da geral e venceu a classe de 2 litros. Jovem parisiense, Odette tornou-se rapidamente uma das estrelas das corridas, com a sua elegância a distinguir-se tanto no paddock como na pista, frequentemente na companhia de outra piloto francesa cujo destino também se cruzou várias vezes com o da Alfa Romeo: Hellé Nice.
Mariette Hèlène Delangle, modelo, acrobata e dançarina, era conhecida pelo nome artístico de Hellé Nice. Famosa pela extrovertida personalidade, Hellé era amiga dos Rothschilds e dos Bugattis. Participou em provas na Europa e na América e tornou-se uma das primeiras pilotos a exibir as marcas dos seus patrocinadores na carroçaria de uma viatura de competição. Em 1933, correu com o seu próprio 8C 2300 Monza no Grande Prémio de Itália, em Monza, a trágica prova em que Campari, Borzacchini e Czaikowski perderam a vida. Em 1936, venceu a Taça das Senhoras em Montecarlo e participou no Grande Prémio de São Paulo, no Brasil, onde sofreu um terrível acidente, tendo saído milagrosamente do coma após 3 dias.
Os anos da Scuderia Ferrari representaram um capítulo fundamental na história da Alfa Romeo. Entre os pilotos do “Cavallino Rampante” estava Anna Maria Peduzzi, natural de Como, mulher do piloto Franco Comotti e conhecida pela alcunha de “Marocchina” (Marroquina). Depois da estreia ao volante do seu Alfa Romeo 6C 1500 Super Sport, que tinha comprado ao próprio Ferrari, Anna Maria corria quase sempre sozinha e só ocasionalmente com o marido. Em 1934, venceu a Classe 1500 nas Mille Miglia e, no período do pós-guerra, correu com o Alfa Romeo 1900 Sprint e com o Alfa Romeo Giulietta.
Precursora das mulheres piloto da Alfa Romeo, a baronesa Maria Antonietta d’Avanzo estreou-se na competição após o fim da primeira Grande Guerra. Pioneira do desporto automóvel italiano, aviadora e jornalista, Maria Antonietta conquistou o terceiro lugar com um Alfa Romeo G1 no circuito de Brescia em 1921 e demonstrou o seu valor em muitas competições, revelando-se uma extraordinária rival dos melhores pilotos da época, incluindo o jovem Enzo Ferrari. A baronesa d’Avanzo competiu até aos anos 40 numa grande diversidade de carros e de corridas e em todos os cantos do planeta.